18 de março de 2007

Isto não pode ficar em branco!!!!

aqui vai um apelo que expressa bem o que se está a passar mesmo ao nosso lado. . .nos próximos tempos somos tod@s de Letras!!!

Amigos e Amigas:

Este mail constitui um alerta público, que dirá respeito mais a uns que a outros mas que me parece importante dar-vos a conhecer. Deixo-vos aqui 3 links para a imprensa nacional que contam resumidamente a história que motiva este mail que vos mando.

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=785851&div_id=291

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=786138&div_id=291

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=25732

De há uns anos para cá (cerca de 2) que a minha Faculdade (para quem não sabe ou está esquecido, a F. de Letras) tem recebido alguns alunos nas várias licenciaturas assumidamente militantes do partido nacional renovador (PNR), de frentes nacionalistas ou simplesmente simpatizantes do saudosismo fascista. Nada de estranho ou preocupante; a extrema-direita é uma minoria conhecida, referenciada, e constitucionalmente legítima enquanto ideologia. A verdade é que a tensão dentro das paredes da faculdade tem aumentado; frequento-a há 4 anos e é, neste momento, um espaço que em nada se assemelha àquela que fui encontrar enquanto caloira. Já houve provocações, troca de galhardetes, stencil pintado e repintado, autocaloantes colados e rasgados; murais de abril vandalizados; enfim, uma situção mais ou menos antiga que culminou num ajuntamento de skinheads na faculade, na passada quinta feira. Skins, hammer skins, essas sub-ramificações de que eu percebo muito pouco mas de que sei o suficiente para saber que alguns deles são verdadeiros carrascos que vivem destas manifestações de força colectiva e provocação gratuita que foi o que aconteceu nesse dia. Aparentemente, muito pouca gente sabe da dimensão que o núcleo de extrema direita tem neste momento dentro da faculdade, e da obstinação em fazer valer os seus símbolos no espaço da faculdade, que, como sabem, foi sempre um espaço de tradição de esquerda. Hoje a militancia comunista na faculdade é relativamente escassa, mas o espírito geral é (e tal como eu me postulo politica ou apoliticamente) de tolerância, pluralidade cultural, e acima de tudo de militantes da democracia. Assusta-me a dimensão que o prolema está a tomar, e em reunião com alguns colegas (uma espécie de comité de geração espontânea de esplanada que resultou destas últimas tensões), decidimos fazer chegar as nossas preocuações aos nossos amigos e conhecidos. Estamos a preparar eventos para a abril, e uma espécie de conversa informal para a qual contamos com a colaboração de alguns dos nossos professores, com o José Mário Branco (nosso "colega" de linguística), entre outros, não como uma resposta provocatória ou uma acção estritamente anti-fascista, antes uma sessão de esclarecimento e de recuperação de temas históricos que despertem a atenção e a preocupação dos mais distraídos. Queremos despolitizar o mais possível estas acções. Queremos trazer pessoas de todos os quadrantes políticos e sociais (da esquerda e da direita), que comunguem apenas da mesma convicção democrática, anti-fascista. Minorias étnicas, minorias sexuais, todo o tipo de grupos humanos repudiados pela extrema direita, são estas as pessoas que queremos mobilizar para um Abril que julgamos particularmente importante, perante a aurora de uma nova extrema direita organizada, determinada. Uma das principais armas da extrema direita é a conotação deste tipo de eventos com o comunismo puro e duro, a extrema esquerda. Somos todos comunistas; estratégia deliberada e não inocente, visto que a extrema esquerda tem ela própria muito de condenável. Daí que despolitizar seja essencial; despolitizar, descentralizar. Tornar esta preocupação que emana da nossa instituição a de todos os portugueses que prezam a democracia. Não me quero alongar mais; gostaria de contar com vocês na minha faculdade nos próximos tempos. Não queremos erradicá-los, acabar com eles, provocá-los. Nem fazê-los mudar. Queremos sentir-nos seguros, na rua, nos corredores da faculdade. Porque já houve gente ameaçada, provocada. Gente com medo de andar sozinho na rua, de ir para a faculdade (!). Queremos que permaneçam a minoria que são, o fenómeno sociológico bizarro que constituem e nada mais. M-lhes que "somos mais", somos muitos, bons e maus, melhores ou piores, mas não abdicamos da liberdade que abril trouxe.

Façam me chegar ecos das vossas opiniões, do que eventualmente sabem noutros sítios, de informação útil; mesmo se teêm contactos úteis de grupos / instituições que se interessem da integração neste tipo mobilização.
Beijinhos para todos
Jessica.

Não se fiquem pelos ecos. . vão lá, vejam com os vossos olhos, e indignem-se em nome da liberdade!

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