9 de outubro de 2007

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DO ISCTE

O GAE enviou a semana passada esta carta ao Presidente do ISCTE, com o conhecimento do Ministro da tutela.
Até agora não recebemos respota do "nosso" presidente, mas, curiosmanete, respondeu-nos o gabinete do sr. ministro, a quem nem cabia responder.

A sua resposta será em breve aqui colocada (ainda temos de a passar por um scanner).

Juntamente com a carta, enviámos o Manual de Guerra dos praxistas da nossa escola. O Manual está disponivel para tod@s que queiram dar uma vista de olhos à estratégia militar seguida pelos nossos "dignissímos veteranuns"...

Não percam!!!

Exmo. Sr. Presidente do ISCTE,
Com o conhecimento d Sr. Ministro da Tutela

No dia 24 de Setembro, segunda-feira, teve inicio a recepção aos alunos do primeiro ano. A sessão solene de abertura do ano lectivo, onde estiveram presentes o Presidente do ISCTE, Professor Doutor Luís Reto, o Presidente da AEISCTE, Pedro Inácio e, o aluno Paulo Lopes, que se auto-intitula presidente da “Comissão de Recepção ao novo aluno”. Esta comissão é, na verdade, fictícia, pois mais não é do que a comissão de praxe do ISCTE. Aparte de considerações pessoais que se possam ter sobre a prática da praxe, parece-nos consensual que o Presidente de uma instituição de ensino superior, que reúne no seu seio pessoas das mais diversas opiniões, não deve nem pode estar associado a situações de promoção da praxe como a que ocorreu durante a já mencionada sessão. Pela primeira vez, numa recepção oficial aos alunos do primeiro ano, esteve representada na mesa dos oradores a comissão de praxe com o aval do Presidente do ISCTE, inclusivamente este prestou-se ao papel de ser instrumentalizado pelo, mais uma vez, auto-intitulado presidente da “Comissão de Recepção ao novo aluno”, com o fim de garantir a boa conduta da praxe. O que é que isto significa? Muito simples:
- Estivemos presentes numa recepção ao novo aluno, em que a comissão de praxe esteve oficialmente representada. A que propósito? Com que objectivos?
- O presidente do ISCTE alinhou com a comissão da praxe, servindo de salvaguarda da mesma. Mas o que é isto? O presidente do ISCTE vai começar a praxar?
- A praxe não é nem obrigatória, nem oficial, nem regulamentada/legalizada, não deveriam os/as alunos/as ser informados disso?
- Não teria sido mais democrático ter estado presente alguém para falar de outras formas de integração?

Muita gente, entre estudantes, funcionários e docentes, estão cansados de ver alunos/as cabisbaixos, convencidos de que ou são praxados/as ou não se integram, de mãos dadas porque assim o exigem, a ouvir berros a toda a hora, a terem que berrar a toda a hora. É por todas estas razões que exigimos uma resposta esclarecedora por parte do Presidente do ISCTE, pois parece-nos o mínimo exigível face ao cargo que ocupa e às responsabilidades representativas que se lhe impõem.

O grave nesta situação não é haver praxistas e praxados. O grave desta situação é os/as novos/as alunos não terem alternativa de integração que não seja a praxe.

Aguardamos resposta
GAE
Grupo d’Acção Estudantil

5 comentários:

Anónimo disse...

Epa o que eu acho mal é o pessoal k entra ai na 2º fase e vai completamente as aranhas! acredito k temos alg desvantagem em relaçao aos alunos k entraram na 1º fase....

Anónimo disse...

Bem feitom, continuem com este tipo de iniciativas.

Anónimo disse...

Domingo, Outubro 14, 2007
É tempo de praxe


Todos os anos por esta época as universidades portuguesas enchem-se de estudantes que fazem coisas ridículas sob orientação dos seus colegas mais velhos. Esta semana cruzei-me em Aveiro com um longa bicha de caloiros que vinham da ria acartando nas mãos, debaixo do sol, sacos plásticos cheios de lodo. Presumo que a intenção fosse levar aquela porcaria para a Universidade. Em Coimbra, ao pé da escadaria monumental, passei por um estudante com o traje académico que era escoltado ao caminhar por quatro colegas recém-chegados à capital da cultura universitária que o rodeavam de braços estendidos no ar agarrando a capa dele sobre a sua insigne cabeça para que esta não apanhasse sol de mais. Suponho que teria medo que o pequeno cérebro derretesse.
Chamam a isto a praxe, e a justificação dada para que os colegas mais novos se tenham de lhe submeter é a necessidade de “integração”. Só há integração para quem não fizer ondas e aceitar com humildade os tratos de polé. Os caloiros são mandados fazer figura de urso para se poderem integrar, com a promessa de que um dia também poderão ser superiores prepotentes e terão enfim o direito de mandar uma nova geração de inferiores (caloiros/lamas/lodos) fazer por sua vez figuras tristes. É a apologia da humilhação como estratégia pedagógica.
Dizem os praxistas que é bom como aprendizagem para a vida, como preparação para o mundo. Aprende-se assim a respeitar a hierarquia, preparam-se os jovens para um modelo de relações profissionais baseado não no respeito mútuo, mas nas pequeninas e mesquinhas maneiras quotidianas de lembrar quem é o superior. Um modelo onde pouco conta o mérito, onde as ideias novas ou diferentes são malvistas, no qual importante é saber lamber as botas de algum cacique. Aprende-se a obedecer sem questionar. Para que se perpetue uma cultura que promove o medo de ser o destravado da língua que comete a heresia de dizer que o rei vai nu. E que é saneado pela ousadia. A praxe é um reflexo do triste país que temos, portugalzinho no seu pior.

Publicada por João Paulo Esperança em 11:52 PM 0
in Hanoin Oin-Oin

Anónimo disse...

abaixo as praxes e essa comissao de patetas

Unknown disse...

onde anda a resposta do gabinete do sr. ministro? quase um ano depois?........deve andar onde andam os outros tipos de integração que o GAE promove e organiza!!!! Façam MAIS e Falem MENOS....